segunda-feira, 25 de julho de 2016

Olhares que Fazem a Diferença




 Stuart Hall (2006) e Zigmunt Bauman (2000) apontam que a sociedade contemporânea se percebe em constante e rápida mudança. Nesse contexto, as práticas dessa sociedade são examinadas e reformuladas pelo homem e pela arte, que reflete  essas rápidas mudanças sociais
Sabemos que grande parte das produções amazônicas falam sobre a cultura mais tradicional dos caboclos, indígenas ribeirinhos, garimpeiros e entre outros mais, mas também por outro lado existe produções artísticas que trazem um novo olhar ou uma reelaboração da cultura desses caboclos, indígenas, e moradores de um determinado estado da Amazônia, em face da consciência e estudos sobre esses processos de troca cultural que a sociedade contemporânea vem passando. È um processo que mostra em produções artísticas, ora uma figura de um índio usando uma tanga segurando arco –flecha, ora um índio vestido de jeans e blusa com livros na mão atendendo um celular. São dois tipos de discurso dois tipos de produção artística dentro de uma mesma região, em que não existe “ a mais importante” mas sim, o entendimento de que as duas são importantes para o entendimento processos culturais de uma determinada cultura local.
A intervenção intitulada OLHARES QUE FAZEM A DIFERENÇA, é uma estrutura interventiva composta de tecidos que se estende do alto a baixo medindo 5 a 3 metros de altura, além disso, foi colocado sobre essa estátua do indígena uma beca, capelo, faixa, capa e um canudo, indumentos tradicionais utilizados em uma formatura, utilizamos desses símbolos remetendo à formação e qualificação profissional do indígena. Os tecidos amarelos são a arquitetura do corpo, que protege, esconde e revela, a riqueza da sabedoria do conhecimento que os indígenas carregam. A escolha da cor amarela para os tecidos remete ao ouro caracterizando a riqueza vangloriada como pilar da economia de Roraima, o Garimpo, mas neste trabalho essa cor vislumbra à uma riqueza peculiar, uma riqueza quem nem sempre é ouro, mas também pode ser a vida, o conhecimento a natureza, os amigos, a família ou outras coisas.
Obs: Essa intervenção durou apenas 1 dia, pois foram aos poucos sendo rasgados e até levados  os tecidos amarelos que faziam parte da obra.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

VIVACE

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Vivace é o título de uma série de  pinturas feitas sobre papeis de partituras musicais.  As músicas em partituras foram escolhidas delicadamente pela própria artista, onde reuniu seu material de 10 anos como musicista tocando Flauta Transversal em orquestras e bandas de Boa Vista Roraima – Brasil , ao invés de descartar ela reutiliza essas partituras como suporte para suas pinturas. Dentro do acervo é possível encontrar músicas clássicas, orquestradas, brasileiras e regionais.


Vivace é uma palavra italiana muito utilizada em partituras musicais onde denota expressão, ou seja, tocar de forma viva, tornar a música viva. Ao invés de descartar papeis que não utilizaria mais, a artista junta partituras musicais que já tocou como suporte para suas pinturas, enquanto forma de dar novamente vida a música e eterniza-la enquanto obra de arte.